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VENEZUELANOS

Abençoada com vastas reservas petrolíferas que começaram a ser exploradas no início do século XX, a Venezuela é um dos exemplos sul-americanos de como o céu e o inferno podem estar bem próximos. Prosperidades artificiais, com o aumento do preço de commodities, e misérias reais com a depreciação do valor destas.

Extremamente dependente da cultura de exportação petroleira, ao final da década de 1980 sofre com uma crise no valor deste pela alta oferta do produto no mercado. O governo da época, para solucionar o problema, aumenta os preços dos combustíveis e das passagens de ônibus. Inicia-se uma tentativa de golpe no país em diversos protestos que tomaram as ruas, "Caracazo", como ficou conhecido. Cháves, integrante do movimento, foi preso. Elege-se nove anos após para o cargo de presidente onde ficaria por 3 mandatos até sua morte.

O que se vê desde a novas eleições pós-Cháves é um caos instalado na Venezuela, falta de alimentos, segurança, medicamentos, racionamentos etc. Em cenários assim um êxodo de refugiados ocorre, massa essa que somente busca a sobrevivência e uma vida melhor.

Wilder e os estudantes de Jornalismo da UFU em frente ao negócio de sua irmã, o bar La Biblioteca

Uberlândia, 05/06/2019. Foto: Luisa Lawrence

TBar La Biblioteca, Uberlândia, 05/06/2019. Foto: Lilian Karla

histórico da imigração

Segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados, o Brasil é o segundo país mais visado pelos venezuelanos, perdendo apenas para os Estados Unidos. A porta de entrada dos venezuelanos para o Brasil é o estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela. Neste sentido, os imigrantes enxergam no Brasil o refúgio de que necessitam para sobreviver.

A Polícia Federal apresentou dados constatando que aproximadamente 30 mil venezuelanos solicitaram regularização para permanecer em território brasileiro. Além disso, foi divulgado também que trinta e três venezuelanos, em média, entram no Brasil por hora, sendo aproximadamente, 800 por dia. Uns dias mais; outros dias menos.

Entre 2017 e 2018, o Brasil recebeu 111 mil venezuelanos. Em março de 2018, o fluxo migratório se intensificou e, de acordo com a Polícia Federal, chegou a mil pessoas por dia.

Estimativa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que cerca de 30,8 mil venezuelanos vivem no Brasil atualmente. Destes, aproximadamente 10 mil cruzaram a fronteira somente nos seis primeiros meses de 2018. O levantamento do IBGE tem como base dados da Coordenação Geral de Polícia de Imigração da PF (Polícia Federal) a partir de 2015. Naquele ano, eram cerca de mil venezuelanos vivendo no país. Assim, em apenas três anos essa população aumentou 3.000%.

O aumento exponencial da imigração de venezuelanos para o Brasil tem relação direta com o agravamento da crise política, econômica e social do país, com inflação alta e desabastecimento. A cidade de Pacaraima, em Roraima, é a principal porta de entrada dos venezuelanos no Brasil.

Entre 2015 e 1º de julho de 2018, deram entrada no Brasil cerca de 30,2 mil venezuelanos. Para chegar ao número de 30,8 mil vivendo no país até o dia 1º de julho, o IBGE considerou movimentos inerentes a qualquer população residente em um país.

Do total de venezuelanos que imigraram para o Brasil, o IBGE aponta que 99% está em Roraima, na cidade fronteiriça de Pacaraima e, também, na capital Boa Vista. A população do estado é estimada em 576,6 mil habitantes, e a da capital em 375,4 mil. Assim, o número de venezuelanos vivendo em Roraima corresponde a mais de 8% do total de habitantes da capital.

Uberlândia do alto, Uberlândia, 10/06/2019. Foto: Helder Reis

imigração em

uberlândia

Com os dados citados acima podemos notar que a dispersão dos imigrantes venezuelanos pelo território nacional ainda se dá de forma gradativa e constante. Ainda não existem estudos ou dados concretos a respeito de quantos imigrantes deste país se instalaram na cidade de Uberlândia. Porém, como vemos nas ruas, o número é cada vez maior.

Seguem buscando em Uberlândia um sonho de ter novamente uma vida normal. Abrem negócios, trabalham, buscam empregos. Uma luta diária para ajudar os parentes que permaneceram na Venezuela.

Elissangela trabalhando, Uberlândia, 10/06/2019. Foto: Heuler Reis

família yemail-Elissangela

Formada em Relações Internacionais na Venezuela, com uma especialização em Gestão concluída e outra à caminho, Elissangela Yemail retornou ao Brasil por conta das tensões que escalavam-se no país em 2010. Retornou, pois, é cidadã brasileira. Nasceu no Brasil quando seus pais moravam em Campinas, e com 1 ano de idade rumou a Venezuela para somente retornar 21 anos depois, sob condições não tão favoráveis. Conversou conosco sobre vários aspectos da Venezuela atual, passada, sua vida aqui, xenofobia, etc. Abaixo, segue a sua entrevista.

-O que era a Venezuela?

-Em relação a Chávez, era uma figura que incomodava o povo venezuelano, em sua forma de governar? Como estão as coisas lá nesse momento?

Elissangela
Elissangela

Bar La Biblioteca visto por dentro, Uberlândia, 05/06/2019. Foto: Lilian Karla

família yemail-Elissangela

-Pode-se dizer que as pessoas que saem da Venezuela o fazem por necessidade mais do que por vontade?

-Qual sua formação acadêmica?

-Você diria que o mercado no Brasil estaria apto a te receber?

-Qual sua visão sobre xenofobia?

-Você diz que alguns lugares tem mais xenofobia que outros. Algum exemplo?

-Você é casada aqui no Brasil, verdade? Como se deu isso?

-Mencionastes que trabalhava em uma ONG, conte um pouco mais.

Elissangela
Elissangela
Elissangela
Elissangela
Elissangela
Elissangela
Elissangela

Wilder conta-nos sua história, Uberlândia, 05/06/2019. Foto: Lilian Karla

família yemail- wilder

Nacionalista, calmo e simpático, o brasileiro-venezuelano Wilder, irmão de Elissangela, concedeu entrevista para o Estação Uberlândia. Expusemos assuntos sobre política, emprego, vida melhor, etc. Abaixo segue a entrevista com Wilder Yemail.

-Assim como sua irmã você é cidadão brasileiro?

-Qual a circunstância que trouxe seu pai ao Brasil pela primeira vez? 

-Quando e por que você retornou ao Brasil?

Wilder
Wilder
Wilder

Wilder trabalhando, Uberlândia, 10/06/2019. Foto: Heuler Reis

família yemail- wilder

-O que te motivou a permanecer no Brasil?

-Na sua visão, o que Chávez significa para o povo venezuelano?

-Qual a atual situação do país?

-Na sua opinião há uma diferença cultural muito grande entre Venezuela e Brasil?

-Sentiu algum preconceito por estar vinda da Venezuela?

-Pretende trazer a sua filha ao Brasil?

Wilder
Wilder
Wilder
Wilder
Wilder
Wilder

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